COMO TRATAR MINHA CARPA DOENTE?
DOENÇAS, MEDICAMENTOS E DOSAGENS
Os peixes são animais que merecem muito cuidado e atenção por parte do proprietário. Antes de construir um lago ornamental em casa, temos a obrigação de colher o máximo de informações para conseguir manter à boa qualidade da água, deixando os peixes confortáveis com ótimas condições de convívio.
Possuir um lago ornamental não é só apenas cavar um buraco e colocar alguns peixes, e pronto! Os ecossistemas não são todos iguais, existem variáveis à considerar. Uma série de fatores e técnicas ajudam a contribuir para o seu bom desenvolvimento, por isso, quanto mais informações, mais habilitado para manter um lago.
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Quando compramos um peixe para pôr no lago, não queremos que fique doente, não é mesmo! Os peixes mantidos em condições artificiais nos lagos ou tanques, podem favorecer condições para uma enorme quantidade de enfermidades, diferente das condições naturais do ambiente em que sempre viveram.
O primeiro procedimento a ser empregado antes de iniciar qualquer medida terapêutica, é conseguir corrigir a causa da enfermidade do animal. Se não fizer isso, dificilmente haverá sucesso no tratamento de outros peixes no seu lago ornamental.
ACLIMATAÇÃO E ADAPTAÇÃO DO PEIXE
Existe as fases onde não podemos deixar nossos peixes morrerem, é a fase da aclimatação e adaptação em um lago novo, pois nessa etapa devemos fazer com que o peixe retorne à sua condição de conforto ou então se adapte à nova situação do ambiente.
Na hora de comprar os primeiros peixes, estude a ficha técnica da espécie, informe-se sobre as suas necessidades, para que, o novo morador seja compatível com as características do lago. A compatibilidade com outros peixes, sem brigas e agressões é muito importante para o bom convívio no lago.
O equilíbrio biológico do lago tem que estar de acordo para receber os novos moradores, e se as características do lago não estiver favorável, o peixe não conseguirá a aclimatação ideal.
CAUSAS DAS DOENÇAS
A qualidade da água é de fundamental importância e essencial para a saúde dos peixes, mas se não estiver dentro dos parâmetros, aí aparecem as doenças. Entre as causas mais frequentes estão: o estresse do peixe por falta de oxigênio dissolvido, deficiência de filtragem, manutenções incorretas, superpopulação, grande flutuação de temperatura, excesso de alimentação ou consequências de carga orgânica na água com o surgimento de amônia.
Portanto, devemos ter um controle rígido da água, sanando todas as causas possíveis com monitoramentos frequente dos parâmetros, para manter a água do lago sempre com total qualidade, favorecendo a saúde dos animais.
Afinal, quase sempre as pessoas não sabem que o peixe sequer adoeceu. Então, o que podemos fazer para notarmos que o peixe está ou não doente?
OBSERVAR O COMPORTAMENTO
O peixe não avisa que está doente e a observação é a chave para contornar uma infinidade de problemas no lago. O laguista que está sempre de olho nos seus peixes identifica mais rápido os detalhes, comparado a outro, que só olha de vez em quando.
Portanto, devemos sempre observar e monitorar o comportamento dos peixes com a sensibilidade de identificar se tem algo diferente. Acompanhar as refeições é o momento certo para verificar se eles estão se alimentando normalmente e de forma rápida.
LAGO COMUNITÁRIO
Peixes saudáveis não devem ser medicados. Nunca medique um lago com outros peixes saudáveis. A aplicação de medicamentos em um lago comunitário pode causar problemas aos peixes saudáveis que lá se encontram e poderá correr o risco de matar as bactérias benéficas existentes no filtro.
Mas, se esse mesmo lago esteja completamente infectado, e precise de uma total desinfecção, devemos desligar a filtragem biológica e o esterilizador UV para fazer o tratamento em todo lago, respeitando a dosagem correta dos remédios informados na bula.
Lembre-se que a diferença entre o veneno e o remédio é a quantidade a ser aplicada. O medicamento pode ser a solução para a saúde do peixe doente, enquanto que é letal para outros habitantes do ecossistema. Sempre retire o peixe doente e coloque em um “hospital tanque” mantendo-o de quarentena, isso deve ser uma regra importante a ser seguida.
COMPORTAMENTO DO PEIXE DOENTE
Os sinais de doenças podem ser identificados a tempo, se o laguista observar seus peixes regularmente. Mas, se os sinais forem identificados muito tarde, serão tratados tardiamente.
Dificuldade respiratória: Os peixes mostram sempre movimentos respiratórios rápidos, tipicamente provocados por danos nas brânquias, de origem química, parasitária ou bacteriana, com sinais de pulos para fora da água.
Separação do grupo: Os peixes que geralmente nadam em grupo podem afastar-se com resultado de alguma enfermidade.
Descansar repousando no fundo: Os peixes ficam apáticos no fundo com dificuldades respiratórias. Salvo os peixes de fundo que já é característico da espécie.
Movimentos giratórios: Os peixes executam movimentos repetitivos em parafuso, com sintomas de vermes internos.
Apatia: Os peixes quase não se movem, ficam suspensos ou parados na água e não mostram nenhum sinal de apetite.
Nado irregular, repentino e rápido: Os peixes nadam desordenadamente com movimentos bruscos.
Suspensos na superfície: Os peixes ficam junto da superfície procurando ar, devido as brânquias ficarem inflamadas, danificadas ou pelo baixo teor de oxigênio na água do lago.
Morte aparente: Os peixes deitam-se no fundo parecendo mortos, mas se tocados mexem-se rapidamente.
Movimentos irregulares: Os peixes têm movimentos bruscos de natação ficando no mesmo lugar do lago fazendo movimentos curtos, para frente e para trás.
Esfregando-se em superfícies: Os peixes esfregam seu corpo no fundo ou nas pedras do lago geralmente quando estão com parasitas, raspando a parte irritada nas superfícies.
Modo cambaleante: Os peixes ficam no mesmo lugar enquanto movem só as nadadeiras peitorais.
Natação errática: Os peixes nadam com agitação ou vagarosamente, a razão mais comum para esse comportamento é a má qualidade da água.
ITENS PARA O TRATAMENTO DO PEIXE
- Hospital tanque: caixa de PVC ou aquário, 100 litros para espécies pequenas e 300 litros para espécies maiores.
- Sal grosso de gado ou sal marinho: encontrados em agropecuárias e lojas de aquarismo.
- Bombinha para oxigenação ou pedra porosa, encontrados em lojas de aquarismo.
- Aquecedor (Termostato): encontrados em lojas de aquarismo.
- Seringa: encontradas em agropecuárias ou farmácias.
- Medicamentos: forneça remédios comerciais vendidos em agropecuárias, farmácias ou lojas de aquarismo.
DOENÇAS NOS PEIXES DE LAGOS
Mesmo os laguistas que já adquiriram certa prática e os criadores de peixes mais experientes, sofreram com esses problemas. A grande maioria das doenças manifesta-se quando as condições da água no lago começam a ficar ruins. O estresse enfraquece o sistema imunológico dos peixes, aumentando as chances de doenças.
A falta de cuidados com a manutenção do lago, normalmente é o estopim para surgir inúmeras doenças nos peixes, causadas por protozoários, fungos, bactérias e outros parasitas. A rapidez na detecção do problema e a identificação correta para o tratamento são as chaves para a recuperação bem sucedida.
Verifique sempre a qualidade de água com testes de monitoramento: pH, amônia, oxigenação, nitritos, nitratos, etc. Agora vamos mostrar as principais doenças existentes nos peixes de lagos, para nortear os laguistas a identificar de qual doença seu peixe está sofrendo.
INFECÇÃO POR BACTÉRIAS
As doenças bacterianas são as mais comuns em peixes tropicais de água doce. Provocadas geralmente por estresse causado pela alta variação térmica durante o dia, baixo estado nutricional do animal, baixa qualidade da água ou por parasitoses, sendo uma doença secundária que muitas vezes provocam elevadas taxas de mortalidade. As infecções bacterianas são acompanhadas de diferentes sintomas, que podem ser identificados como:
Inatividade, barbatanas desgastadas, feridas abertas, linhas vermelhas pelo corpo, manchas pálidas ou brancas na pele, ventre inchado e brânquias eriçadas, dificuldade para respirar, olhos grandes (saltados), buraco na cabeça, úlceras com necrose nas nadadeiras ou cauda, vermelhidão na pele, nos órgãos ou barbatanas.
Tratamento: O peixe infectado deve ser isolado e colocado rapidamente em uma caixa (hospital tanque) com a mesma água do lago, temperatura em torno de 22°C, ótima oxigenação e TPA (troca parcial de água) após 7 dias.
Tratamento com sal: despeje na água da caixa 10 gramas de sal grosso de gado ou sal marinho (sem iodo) para cada 1 litros de água, como forma anestésica para iniciar o tratamento.
O tratamento com antibiótico injetável é considerado o mais eficaz para doenças bacterianas. A injeção subcutânea deve ser aplicada na parte mediana entre a nadadeira peitoral e a nadadeira anal para diminuir os riscos de perfurar algum órgão vital do peixe.
Injetável: tratar com Enrofloxacina. O “kinetomax” é usado bastante nesse tipo de tratamento que pode-se tratar o peixe com uma única doce, podendo aplicar novamente após 30 dias, se necessário. Deixar de quarentena até melhorar por completo. Aplique 1% de 1ml para cada 100 gramas de peixe.
Tratamento de banho longo: o uso da Enrofloxacina, também é muito eficaz para banho. Remédios como: Chemitril, Baytril ou Zelotril, misturar na água do hospital tanque 3 à 5 ml para 100 litros de água (solução líquida 10%). Faça a TPA e repita a dose mais uma vez após 7 dias, até o peixe ficar completamente bom.
Pode-se passar na ferida “Nebacetin” ou “Betadine” pomada, com ajuda de um cotonete, para combater as bactérias que causam infecções na mucosa do peixe. Aplique a cada 2 dias.
A folha de Castanheira (sombreiro) é uma erva medicinal natural, utilizada para controlar infecções bacterianas e fúngicas. Coloque na água 3 folhas grandes para 100 litros de água como forma de tratamento.
Ração medicamentosa: usar no tratamento do peixe é bastante positivo, misture 40 ml de “Kinetomax” ou “Baytril” (solução líquida 10%), em 250 ml de água filtrada, borrifado em 1 kg de ração, (esperar secar e dar ao peixe doente). Tratar por apenas 10 dias.
INFECÇÃO POR FUNGOS
Os fungos são organismos de decomposição existentes nos lagos, fazendo o papel de higiene do tanque, que aproveitam os resíduos e fezes dos peixes. Estão presentes devido à diminuição da temperatura da água, enfraquecendo a resistência dos peixes. As infecções por fungos apresenta as seguintes manifestações:
Comportamento estranho ao nadar, dificuldades respiratórias, distúrbios de equilíbrio apresentando tendência à “disparar” rápido para um lado ao outro do lago. Tufos tipo algodão. Material esbranquiçado que surge em volta dos olhos, pele ou boca do peixe.
Tratamento: Retire o peixe infectado do lago e separe em uma caixa (hospital tanque) mantendo o tratamento com a mesma água do lago, temperatura em 25°C e ótima oxigenação.
Tratamento com sal: despeje 10 gramas de sal grosso (sem iodo) para cada 1 litros de água, como forma anestésica para o tratamento dos fungos, por 1 hora.
Tratamento de banho curto: Com água renovada misture “Verde de malaquita” (sem zinco), solução de 1 ml para 1 litro de água, com banhos de 1 hora.
Tratamento de banho longo: misturar na água “Verde de malaquita” (sem zinco), na solução de 1 ml para 100 litros de água, adicionar 0,4 ml após 3 dias, aguardando por mais 7 dias.
O uso da “Acriflavina” (aqualife) é um remédio bastante eficaz para o tratamento efetivo dos fungos. Seguir o tratamento conforme a bula do medicamento.
A folha de Castanheira (sombreiro) é considerada uma ótima erva medicinal utilizada para controlar infecções bacterianas e fúngicas. Coloque na água 3 folhas grandes para 100 litros de água.
INFECÇÃO POR PARASITAS
Os parasitas oportunistas grudam no tecido do peixe causando lesões. A infecção causa inflamações que pode até chegar a destruir grandes superfícies da pele dos peixes. Em pequenos números são inofensivos aos peixes, mas se estiverem em quantidade causam danos e infecções bacterianas secundárias. Os sintomas mais comuns são:
Peixes apáticos, junto da superfície ou no fundo do lago, com pontos brancos, roçam-se pelo fundo ou nas pedras, dificuldade de respirar, nadadeiras fechadas e emagrecimento.
Tratamento: Alguns parasitas visíveis a olho nu podem serem retirados com pinças. Para o tratamento recomenda-se separar o peixe infectado e manter em uma caixa (hospital tanque) com a mesma água do lago, com temperatura ambiente, boa oxigenação e TPAs requentes a cada 3 dias.
Tratamento com sal: despeje na água 10 gramas de sal grosso (sem iodo) em 1 litro de água por 20 minutos e repetir após 3 dias. Tratamento aplicado por 1 hora, repetir após 3 dias.
A “Formalina” é um medicamento muito eficaz contra os parasitas da pele e das brânquias. Recomenda-se ter cuidado controlado no uso do formol, devido sua alta toxicidade.
Tratamento de banho curto: aplicar na água 15 ml de Formalina para 100 litros de água por 30 minutos.
Tratamento de banho longo: misture 1 ml de Formalina para 100 litros de água, após 2 dias faça a TPA e aguarde o tratamento por 4 dias.
Doença do veludo tratar com Metronidazol “Flagyl”, aplicar 1,5 g para 100 litro de água. Tratamento por 5 dias.
Vermes intestinais: alimentar os peixes com alho moído é bastante eficaz para o tratamento.
INFECÇÃO POR VÍRUS
Os peixes de água fria (as Carpas em especial) são suscetíveis as infecções virais graves e fatais. O vírus faz com que a célula da pele ou nadadeiras cresçam bastante, gerando nódulos e verrugas, que na verdade são tumores.
Os peixes ficam vulneráveis e os sintomas tornam-se visíveis na primavera e verão devido a água de baixa qualidade, superpopulação no tanque e pelo estresse. Os sintomas podem ser identificados como:
A infeção ocorre tipicamente no corpo e nas bordas das nadadeiras, semelhante ao edema bacteriano, os peixes se isolam, ficam indiferentes e apáticos, com o nado irregular, podendo apresentar pequenas lesões com sangue na pele.
Tratamento: Separe o peixe infectado em uma caixa (hospital tanque) e faça o tratamento com a mesma água do lago, 25°C de temperatura, ótima oxigenação, TPAs a cada 2 dias mantendo em quarentena por 30 dias.
Despeje 15 gramas de sal grosso (sem iodo) para cada 1 litros de água. Subir a temperatura da água gradualmente, nunca mais que 2 a 3°C por dia, até atingir os 30°C ou mais, pois o vírus não é ativo em temperaturas altas.
Tratamento com banho longo: aplicar na água “Terramicina ou Tetraciclina” 10 mg por litro a cada 48 horas por 10 dias. Raspar o local dos nódulos e passar na infecção “Terramicina” ou “Betadine” pomada, considerado um antibiótico de grande sucesso para esse tratamento.
Rações medicamentosa: Alimente com rações específicas (já com medicamentos antibióticos) para o tratamento do peixe. A doença e os nódulos podem desaparecer após poucas semanas, desde que, as condições da água sejam favoráveis e o peixe receba os melhores cuidados possíveis.
Quanto mais cedo for o tratamento, maiores serão as chances de cura. A resposta do peixe aos medicamentos não garante 100% de sucesso, existem peixes com baixa imunidade genética que podem não aguentar ao tratamento.
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